Bispos de Angola e S. Tomé encerram II Assembleia Plenária
Quinta-feira, 19 de Outubro
Os Bispos de Angola e São Tomé e Príncipe terminaram nesta quarta-feira, 18 de Outubro de 2017, a reunião da II Assembleia ordinária, em Luanda. A plenária teve início a 11 do corrente mês e os Prelados católicos debateram vários assuntos internos da Igreja. No final, os Bispos publicaram a Nota Pastoral que o Yakela Otchili leva ao seu conhecimento na íntegra.
Nota Pastoral dos
Bispos da CEAST
“Nós vos
damos graças porque nos admitistes à Vossa presença”
EUCARISTIA E
NOVA EVANGELIZAÇÃO
Aos
Sacerdotes,
Religiosas e Religiosos
Fiéis
leigos, homens e mulheres de boa vontade
Amados
irmãos e irmãs em Cristo
Introdução
Motivada pelas razões históricas (525 anos dos
primeiros baptismos e jubileu dos 150 anos da segunda fase de evangelização de
Angola), a Igreja de Angola celebrou em Junho último, na Arquidiocese do
Huambo, o I Congresso Eucarístico Nacional sob o tema “Reconheceram-No ao
partir do pão”. Os discípulos de Emaús (Lc 24,31) sentiram a presença de Jesus
á mesa. Na Eucaristia, finalmente reconheceram Quem tinha caminhado com eles. À
exemplo desses seus irmãos, os cristãos das nossas dioceses, olhando para a história
longínqua e recente da sua pátria, reconhecem que a presença de
Jesus-Eucaristia à sua mesa, ajudou a edificar a nação de que tanto nos
orgulhamos ser. Por isso, um Congresso eucarístico que fosse capaz de
manifestar a nossa gratidão a Deus e a nossa disposição de manifestar
publicamente a fé na Eucaristia, já era de esperar.
1.AGRADECIMENTO PELA REALIZAÇÃO DO I CONGRESSSO
EUCARÍSTICO NACIONAL
Desta forma, damos fervorosas graças a Deus, pela
realização do I Congresso Eucarístico Nacional, que certamente veio dar para
todos nós, maior firmeza e solidez à nossa adesão a Cristo e à sua Igreja.
Foram dias espiritualmente muito ricos como sublinhou o senhor Cardeal
Patriarca de Lisboa: «Estes dias que aqui vivemos, de convívio, catequese,
celebração e partilha devem ser lidos assim mesmo, porque o caminho de Emaús
foi Huambo e os discípulos fomos nós no Congresso, alargando em conjunto o
pequeno número daqueles dois» (D. Manuel Clemente, Homilia).
Damos graças a Deus que, sob a poderosa protecção da
Virgem Maria, a Mulher Eucarística, nos conduziu, na força do Espirito Santo, a
celebração do Congresso. Outro agradecimento ao Santo Padre, o Papa Francisco,
que, pela sua solicitude por todas as Igrejas, nos enviou o Senhor D. Manuel
Clemente, Cardeal, como seu legado. E o Papa manifestou o desejo de que «este
evento seja espiritualmente mais proveitoso para todo o povo de Angola,
fortaleça a sua fé e, ao mesmo tempo, produza maiores frutos de caridade» (BULA
DO SANTO PADRE AO ENVIADO ESPECIAL DO CENA).
Por fim, um reconhecimento a todas as comunidades de
nossas dioceses, pela preparação e realização do Congresso Eucarístico
Nacional, qual gesto de gratidão ao mesmo Deus, por todas as maravilhas
operadas na vida dos cristãos angolanos e não só.
De facto, o Congresso foi um sinal verdadeiramente de
fé e de caridade para conduzir o Povo de Deus à adoração dos sagrados mistérios
do Corpo e Sangue de Jesus Cristo e proporcionar os frutos da redenção na vida
do Santo Povo de Deus.
O evento celebrado serviu para todos nós como um
lançamento para a nossa pastoral litúrgica, obedecendo todas normas litúrgicas.
2.CRISTO EVANGELIZADOR E A IGREJA EVANGELIZADORA
«Cristo, por meio do Evangelho fez resplandecer a luz
da vida» (II Ti. 1, 10). Enviado pelo Pai para realizar o seu plano de
salvação, começa a sua missão como Evangelizador, que chama e convoca à
conversão ao Reino, aos valores do Reino, à presença do Reino, que é Ele mesmo
(cf. Lc.4, 1).
O próprio Jesus, Evangelho de Deus, foi o primeiro e o
maior Evangelizador. Foi-o até ao fim, até á perfeição, ao sacrifício da sua
existência terrena (cfr. PAULO VI, EN, 6-7). Ele é o Evangelizador e o conteúdo
do Evangelho, Mensageiro e objecto da mensagem.
«Consumada a obra que o Pai encarregou o Filho de pôr
em prática na Terra (cf. Jo 17, 4), foi enviado o Espirito Santo no dia de
Pentecostes, a fim de santificar para sempre a Igreja. Por isso a Igreja,
enriquecida com os dons do seu Fundador e obedecendo fielmente aos seus
preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebe a missão de anunciar o
Reino de Cristo e de Deus, e de o instaurar em todos os povos» (LG, 4-5).
Os seus membros constituem ao mesmo tempo uma
comunidade evangelizada, enquanto convertida, crente e santificada e vivificada
pelo Baptismo e pelos outros Sacramentos, e uma comunidade evangelizadora,
enquanto enviada, comprometida e entregue à obra da evangelização.
O Evangelho deve ser pregado, não só por palavras, mas
também por meio da Eucaristia e de outros Sacramentos. Assim, pela força do
Espírito Santo, os homens e as mulheres são imersos no mistério pascal de
Cristo. Reunindo-se regularmente para escutar o ensino dos Apóstolos e para
comer a Ceia do Senhor, proclamam a sua morte na esperança da sua vida
gloriosa.
3.EUCARISTIA E VIDA ECLESIAL
O episódio do encontro de Jesus com os discípulos de
Emaús (cf. Lc 24, 31) foi determinante para o nosso I Congresso Eucarístico
Nacional. Eles “Reconheceram-No ao partir do pão.” Os dois discípulos sentem a
presença de Jesus á mesa. Na Eucaristia, finalmente reconheceram quem tinha
caminhado com eles.
«A Eucaristia está na origem de toda a forma de
santidade (…). Por isso, é necessário que, na Igreja, este mistério santíssimo
seja verdadeiramente acreditado, devotamente celebrado e intensamente vivido. A
doação que Jesus faz de si mesmo no sacramento memorial da sua paixão, atesta
que o êxito da nossa vida está na participação da vida trinitária, que nos é
oferecida nele, de forma definitiva e eficaz. A celebração e a adoração
da Eucaristia permitem abeirar-nos do amor de Deus e a ele aderir
pessoalmente até à união com o bem-amado Senhor. A oferta da nossa vida,
a comunhão com a comunidade inteira dos crentes e a solidariedade com todo o
ser humano são aspectos imprescindíveis (…) do culto espiritual, santo e agradável
a Deus (Rm 12, 1), no qual toda a nossa realidade humana concreta é
transformada para glória de Deus. Convido, pois, todos os pastores a
prestarem a máxima atenção à promoção duma espiritualidade cristã
autenticamente eucarística. Os presbíteros, os diáconos e todos aqueles que
exercem um ministério eucarístico possam sempre tirar destes mesmos serviços,
realizados com solicitude e constante preparação, força e estimulo para o seu
caminho pessoal e comunitário de santificação. Exorto todos os leigos, e as famílias
em particular, a encontrarem continuamente no sacramento do amor de Cristo a
energia de que precisam para transformar a própria vida num sinal autêntico da
presença do Senhor ressuscitado. Peço a todos os consagrados e consagradas para
manifestarem, com a própria existência eucarística, o esplendor e a beleza de
pertencer totalmente ao Senhor» ( BENTO XVI, Sac. Carid, nº 39).
Na sua dimensão celebrativa, a Eucaristia é o tesouro
da Igreja como escrevia São João Paulo II: «Ela merece toda máxima atenção:
desde a sua preparação até a sua celebração e por ela a Igreja despende
todos os seus recursos humanos e materiais para a tornar mais bela e mais
participada (…). À semelhança dos primeiros discípulos encarregados de preparar
a “grande sala,” ela sentiu-se impelida, ao longo dos séculos e no alternar-se
das culturas, a celebrar a Eucaristia num ambiente digno de tão grande
mistério» (Enc. Ecclesia de Eucharistia, 48).
A celebração do I Congresso Eucarístico Nacional l
recorda que no centro de cada comunidade cristã está a celebração da
Eucaristia.
- EUCARISTIA E EVANGELIZAÇÃO
“Eucaristia – Evangelização,” duas realidades
inseparavelmente unidas na essência da Igreja, estão intimamente unidas na
Pessoa divina do Verbo Encarnado. O Filho de Deus, que «por nós homens e por
nossa salvação encarnou na Virgem Maria e Se fez homem» (Símbolo de Niceia
–Constantinopla), oferece-Se aos homens na sua Eucaristia e no seu Evangelho de
salvação. Assim Se converte em alimento nosso, pão da vida que perdura para a
vida eterna (Jo 6,1ss),
Os dois discípulos de Emaús «partiram imediatamente»
(Lc.24, 33), para anunciar o que tinham visto e ouvido. O encontro com Cristo
na Eucaristia, recebida com as devidas condições, suscita no crente de testemunhar
e evangelizar. S. Paulo diz claramente a este respeito: «todas as vezes que
comerdes deste pão e beberdes deste cálice anunciareis a morte do Senhor até
que Ele venha» (1Cor.11, 26).
Por conseguinte, o «ide em paz, e o Senhor vos
acompanhe», tem um sentido dinâmico de mandato missionário: impele o cristão
para o dever de propagação do evangelho e de animação cristã da sociedade.
O I Congresso Eucarístico Nacional procurou evidenciar
o papel da Eucaristia na vida eclesial e no caminho da Nova Evangelização que
envolve a Igreja angolana. Uma das realidades que a Nova Evangelização deve
transmitir é a capacidade de “Reconhecer o Senhor no gesto do partir do pão.” E
o Senhor nos parte o pão como os discípulos de Emaús na celebração dominical da
Eucaristia: os cristãos são chamados, cada domingo, a reunir-se no nome do
Senhor, reconhecendo-se como irmãos. E aí repete-se o milagre: na escuta da
Palavra e no gesto do pão partido.
5.A EUCARISTIA, CUME DA EVANGELIZAÇÃO
A Eucaristia é o centro da evangelização, porque é
centro da Igreja e de toda a vida cristã: A Eucaristia é fonte e cume de
toda a vida cristã, e por ser centro da Liturgia, é cume para toda sua força.
Ela surge como fonte e cume de toda a evangelização (cf. LG, 11; DV, 21; SC,
10; PO, 5). Sendo a presença viva de Cristo no coração da própria Igreja, a
Eucaristia é também centro em que se condensam e articulam, para que tendem e
de que procedem, onde se manifestam e realizam todas as dimensões e funções da
missão que a Igreja recebeu de Cristo e que a Igreja procura cumprir na sua
existência. Toda a vida cristã encontra na Eucaristia o seu centro e sentido, o
seu impulso e força renovadores.
A Eucaristia é lugar de evangelizados e evangelizadores,
momento de renovação dos compromissos de evangelização. Toda e qualquer
participação autêntica na Eucaristia tem de trazer consigo um exame do estado
pessoal e comunitário de evangelizados e da nossa missão como evangelizadores.
6.EUCARISTIA, FONTE DA EVANGELIZAÇÃO
A sua forma de realizar a evangelização é mistagógica,
ou seja, através da palavra e do sinal que se desenvolvem na acção litúrgica
destinada à assembleia reunida e que, entendida de modo integral e pleno,
implica três momentos: «antes» da celebração (catequese); o «em» celebrativo
(celebração) e o «após» celebração (compromisso).
a)Evangelização para a Eucaristia: a catequese. Se a
expressão e a celebração litúrgica da fé são parte integrante da catequese,
também a catequese é parte integrante da Eucaristia. Se não se «inculcar por
todos os meios a catequese litúrgica» (cfr. SC, 35): se não se «fomentar com
diligencia e paciência a educação litúrgica e a participação activa dos fiéis,
interna e externa, consoante a idade, a condição, o género de vida e o grau de
cultura religiosa (cf. SC, 19), os fiéis não poderão ver na Eucaristia «a fonte
primária e necessária em que hão –de beber o verdadeiro espirito cristão» (cf.
SC, 14).
b)Evangelização dentro da Eucaristia: Celebração.
Nos ritos de introdução, a assembleia exprime e
aprende a recepção e a reconciliação, a comunidade e a comunhão; na liturgia da
Palava, volta a escutar o chamamento de Deus, que ilumina, a converte e lhe
renova a fé, com a proclamação actual e eficaz das maravilhas de Deus na
História da salvação, e com a aplicação à vida. Na liturgia eucarística,
experimenta de novo o que é a solidariedade e o serviço, o amor e a entrega até
à morte, o sacrifício e o compromisso e a urgência da missão, a atualidade de
um envio para tornar presente e promover na Igreja e no mundo a obra de Cristo
até à sua plenitude.
- Evangelização depois da Eucaristia: compromisso
A participação sincera na Eucaristia é auto –
evangelização permanente para a evangelização constante. «A renovação da
aliança do Senhor com os homens na Eucaristia incendeia e arrasta os fiéis à
urgente caridade de Cristo» (SC, 10; PO, 6). De facto, o cristão não só celebra
a Eucaristia, mas ainda deve ter uma vida eucarística, prolongando o seu
mistério e o seu dinamismo, ou convertendo em obras de caridade e de justiça o
que celebrou no Sacramento, anunciando e testemunhando no mundo e na sociedade
aquele amor de entrega, aquela solidariedade e novidade que experimenta na
reunião eucarística.
7.RIQUEZA EVANGELIZADORA DA EUCARISTIA
Pela Eucaristia o cristão exprime e sente-se chamado a
viver comunitariamente em unidade e diversidade, em igualdade e pluralidade, a
exemplo da Santíssima Trindade. E nós podemos compreender melhor a tarefa
evangelizadora e o chamamento de Deus a que formemos todos uma família de
irmãos, uma comunidade de amor, um corpo unido, em que se participe de essa
Vida sem ocaso, que em comunhão eucarística e eclesial estamos antecipando, até
que chegue a plenitude.
Participar na Eucaristia compromete o cristão a ser um
«sacramento» de libertação para os homens em tudo aquilo que escraviza ou
aprisiona a sua existência e cuja raiz é o pecado. O compromisso e entrega
libertadores que a Eucaristia implica são realização e penhor de evangelização
para a vida.
Eucaristia e reconciliação: O homem aspira á reconciliação, mas
vive com frequência, enfrentado e dividido. A Eucaristia exige a reconciliação,
pois não se pode apresentar a oferenda sem que antes tenha havido a
reconciliação com o irmão (Mt.5, 23-24). Por conseguinte, ela celebra a
reconciliação operada de uma vez por todas por Cristo na Cruz. A Eucaristia
realiza e promove também a reconciliação naqueles que estão nas disposições
adequadas. Assim podemos dizer que a Eucaristia é também compromisso da reconciliação,
visto que nela a assembleia e a cada um dos participantes renovam a sua aliança
com Deus e a sua solidariedade fraterna com os irmãos, pedem reconciliação e
comprometendo-se com ela.
A Eucaristia vivifica e alimenta a virtude da
esperança, pela qual
desejamos participar na plena felicidade da vida eterna no céu. O coração do
evangelho é a promessa e o convite à vida eterna; é para isto que Jesus veio e
nos deu o pão eucarístico, o seu Corpo: “Trabalhai, não pela comida que perece,
mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará” Jo 6,27); “
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54). Acreditamos neste anúncio pela fé,
procuramos viver o mandamento do amor, que é o caminho para a vida que nunca
acaba e imaginavelmente feliz que Jesus nos promete. Na celebração da S. Missa,
depois da consagração, rezamos “… Vinde, Senhor Jesus” e depois da reza do Pai
nosso, o presidente pede a libertação de todos os males, “enquanto esperamos a
vinda gloriosa de Jesus Cristo, Nosso Salvador”, que vai vir para
nos introduzir no banquete do céu. É isto que somos convidados a esperar
ardentemente e, em maneira ainda “velada” mas verdadeira, antecipamos e
pregustamos na celebração da Eucaristia.
8.DIGNIFICAR AS NOSSAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS
– Valorizar a dignidade e importância da Eucaristia,
como celebração central e edificante dos baptizados convertidos e crentes;
– Melhorar a linguagem (orações, monições, homílias) e
os gestos, de maneira que sejam eloquentes e comunicativos, mais próximos e
compreensíveis para o povo que participa;
– Desenvolver de modo adequado a capacidade
evangelizadora da Eucaristia, desenvolvendo a sua riqueza mistagógica,
sobretudo pela palavra da homília, para qual se exige adequada preparação;
– Redescobrir a dimensão social da Eucaristia,
valorizando adequadamente os momentos e os ritos que a significam, tais como: o
mútuo acolhimento fraterno e a reconciliação ao princípio da Missa; a colecta e
comunicação dos bens, pelas quais se simbolizam a solidariedade e o compromisso
social; a atenção a situações especiais da comunidade, como sejam catástrofes,
desgraças colectivas (inundações, desastres, secas, etc.);
– Ordenar de maneira conveniente o acolhimento e a
atenção na assembleia eucarística e enquanto ela durar, para com os mais
pobres, fracos, doentes, possibilitando gestos tais como oferenda especial de
dons para os mais necessitados; comunicação de necessidades e necessitados
concretos, para uma responsabilização caritativa pessoal por parte dos
participantes; transporte e acolhimento de doentes na assembleia; comunhão dos
doentes a partir da própria Eucaristia, por meio dos ministros extraordinários
da Comunhão;
– Assumir o sentido profético da Eucaristia, dando
cabimento proporcionado à denúncia de situações injustas, de abusos contra a
dignidade humana, de escândalos públicos, etc., de modo que nela possam ter voz
os sem voz, encontrar defesa os indefesos, amor os abandonados, verdade os
enganados, para os quais a Eucaristia será em verdade evangelizadora;
– Possibilitar e promover uma participação plena,
activa e consciente, interna e externa, ordenada e diferenciada, de todos os
membros da assembleia, de modo que cada um faça «tudo e só aquilo que lhe
compete», que a Igreja surja como comunidade orgânica, a missão se realize já
no interior do acto eucarístico, para depois se converter em verdadeira
evangelização na vida;
– Educar os fiéis com uma catequese eucarística
apropriada acerca dos conteúdos evangelizadores da Missa, a união desta com a
missão e com a vida, a fim de ajudar a participar melhor na sua celebração e
renovar melhor os compromissos com a evangelização;
– Enriquecer a celebração da Eucaristia com outras
celebrações, que contribuam para acentuar a sua dignidade e centralidade,
evitando uma redução abusiva. Tais celebrações podem ser: da Palavra, da
Liturgia das Horas (Laudes e Vésperas), da Reconciliação, dos tempos
litúrgicos, das Vigílias; actos de religiosidade popular e devoções, comemorações
de acontecimentos especiais, etc.
CONCLUSÃO
Na busca da gradualidade em certos aspectos da
liturgia, com vista a uma melhor forma de celebrar os santos mistérios, as
inquietações surgidas tanto nas Semanas Nacionais de Liturgia como no I
Congresso Eucarístico Nacional exigem de nós, um esforço maior no campo da
pesquisa, análise, elaboração e aprovação de um “Directório Litúrgico
Nacional”, qual instrumento de vivência dos sacramentos e sacramentais com
harmonia e uniformidade. Na ausência desse instrumento pastoral
importantíssimo, a CEAST vê-se no direito de, quando necessário, emitir notas
práticas para o bem da pastoral litúrgica de conjunto.
Tal como nós pastores temos a plena consciência de que
as nossas assembleias litúrgicas querem fazer da Eucaristia celebrada, com
rigor e decoro, o primeiro espaço de evangelização e manutenção da vida
interior e comunitária dos fiéis, o memorial eucarístico, mistério acreditado,
mistério adorado e mistério vivido, exige o conhecimento do ambiente e seus
problemas. Por isso, a fé na Eucaristia e sobretudo a sua renovação no I
Congresso Eucarístico nacional tornou-se para nós «fonte e força para missão»,
porque nos renovou o dom da caridade e nos colocou na condição de peregrinos
pregadores, tal como reza a expressão «Missa» (ite missa est) e a bênção
que a acompanha. Huambo não significou para nós espaço de dispersão, mas sim,
lugar a partir do qual fomos solenemente enviados para a missão: a construção
de uma nação que crê na força da Eucaristia e dela vive.
Luanda, 18 de Outubro de 2017
Os Bispos de Angola e São Tomé e Príncipe – CEAST