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O Dia Mundial da Paz, uma reflexão 

Padre Adriano Candeeiro*

O mundo inteiro celebra o dia 1 de Janeiro do calendário civil, o Dia da Paz. Esta data foi criada pelo Papa Paulo VI, em 1968. Na visão do Santo Padre, o novo ano é sempre uma possibilidade de fazer tudo diferente e melhor, numa época de tantos conflitos nacionais e internacionais, desigualdades entre povos e sofrimento de diversa natureza.
Por isso, pedia o Papa para que esse dia fosse sempre celebrado por todos os homens, independentemente do seu credo religioso, raça, posição social ou económica.
Para Paulo VI, a paz funda-se objectivamente num espírito novo que há-de animar a convivência dos povos, num novo modo de pensar o homem, os seus deveres e o seu destino. Mas, resta ainda um longo caminho a percorrer para tornar universal e operante esta mentalidade. Uma nova pedagogia deve educar as novas gerações para o respeito mútuo das nações, para a fraternidade entre povos e para a colaboração das pessoas entre sí. Tudo em vista ao progresso e desenvolvimento humano. Por isso, os organismos internacionais instituidos para este fim devem ser conhecidos e dotados de autonomia e meios idóneos para desenvolver a sua grande missão. O dia da paz deve tributar honras a estas instituições, e moldurar com prestígio a sua obra e rodeá-la de confiança e expectativas que mantenham sempre vigilantes o sentido de grande responsabilidades.
Mas não se pode, pois, falar de paz legítima quando nao são reconhecidos e respeitados os seus sólidos fundamentos: a sinceridade, a justiça e o amor, tanto nas relações entre Estados, quanto no âmbito de cada nação entre os cidadãos e gobernantes. A liberdade dos indivíduos e dos povos, em todas suas expressões cívicas, culturais,vmorais e religiosas debe ser um direito sagrado e inviolável. Caso contrário, o mundo não terá paz.
A paz verdadeira assenta-se no reconhecimento sincero dos direitos da pessoa humana e da independência de cada nação. Por isso, convidava o Santo Padre, todos os homens prudentes e corajosos a trabalharem pela paz no mundo inteiro, pois, aqueles que promovem a paz serão chamados filhos de Deus (Mt. 5, 9).
Desde 1968, ano em que foi criado este Dia, os Santos Padres têm por costume escolher um tema e escrever uma Mensagem para este Dia. Para este ano de 2012, o Papa Bento XVI, escolheu como tema: Educar os jovens para a justiça e a paz.
É um tema que entra no centro de uma questâo urgente no mundo de hoje:Escutar e valorizar as novas geraçôes na realizaâo do bem comum e na afirmaçâo de uma ordem social justa e pacífica onde possao ser plenamente expresos e realizados os directos e as libertades fundamentais do homem. É precisso que os responsáveis públicos atueme de modo que as instituiçôes, as leis e todo âmbiente social seja anesteciado e capacitado por uma humanidade capaz de oferecer às novas geraçôes oportunidades de realizaçâo pessoal e Professional. Destarte, será possível construir uma civilizaçâo do amor fraterno, coerente com as mais profundas exigencias de verdade, liberdade, amor e justiça para todos. O papa coloca a juventude como protagonista da paz.
O tema insere-se no contexto da pedagogia da paz delineado por Beato Joao Paulo II, em 1985, cujo tema era “A paz e os jovens caminham juntos”. Nesta mensagem, o Beato dizia que os jovens de todo o mundo começaram a interrogar-se a sí próprios: que podemos fazer? Para onde é que estamos a enveredar? Os jovens querem dar a sua contribuição ao saneamento de uma sociedade ferida e debilitada. Querem dar soluções novas a problemas antigos; querem construir uma nova civilização assente na solidariedade fraterna. Por isso, chamava atenção aos jovens a não terem medo da própria juventude, nem dos desejos profundos que experimentam a felicidade, a verdade, a beleza e amor duradouro. É verdade, dizia o Beato João Paulo II, que “alguns de vós podem ser tentados a fugir às responsabilidades: evadir-se no mundo ilusório do álcool e da droga, nas efémeras relações sexuais, sem compromisso, pelo que respeita ao matrimónio e à familia, na indiferença, no cinismo e até na violência. Estai vigilantes com este mundo que quer explorar e manipular a vossa busca enérgica e generosa de felicidade e de orientação. E nao vos esquiveis à busca das verdadeiras respostas às questões que se vos apresentam”
Os jovens devem ser os agentes de justiça e da paz, num mundo complexo e globalizado. Isto torna necessária uma nova aliança pedagógica de todos os sujeitos responsáveis.
É precisso escutar, valorizar as novas gerações na realização do bem comum e na afirmação de uma ordem social justa, diz Bento XVI na sua mensagem para este ano de 2012.

* Licenciado em Direito Canónico e Mestre em Direito da Família

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